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Primeiro Ardina Português. Mais tarde, Redator Principal do jornal Diário de Notícias.
Não se sabe quem foram os pais de João Baptista Borges. O pequeno João Baptista começou a vida da pior forma possível – sem o apoio e o carinho dos pais, como o prova o registo de batismo no Livro de Registos de Batismos da Paróquia de Sousel, referente ao ano de 1850.
Em 1861 ou 1862[1], com 11 ou 12 anos, desconhecendo-se como e com quem, foi para Lisboa “a fim de seguir a vida comercial e, à semelhança do que sucedera com Eduardo Coelho, seu mestre, e por influência deste, mudou de carreira e seguiu a das Letras, depois de haver frequentado, alguns meses antes, a escola de aprendizagem tipográfica na Tipografia Universal, do falecido conde de S. Marçal, Tomás Quintino Antunes” (Reis, 2011). “Ao mesmo tempo cursava a Escola da Associação Civilização Popular, vindo mais tarde a entrar para a Escola de Belas-Artes. Durante trinta anos colaborou e redigiu no Diário de Notícias, dando provas do seu labor e talento. Entre elas destaca-se um romance original, O Rouxinol da Ópera, publicado em folhetins. Em manuscrito deixou alguns trabalhos, sendo o principal uma comédia, O Filho da Minha Mulher e ainda um drama popular em 5 actos” (Reis, 2011). “Em 1870, era admitido na Revisão do Diario de Notícias, ao lado de Silva e Albuquerque, o grande apóstolo dos princípios associativos. D’ahi passou, em 1872, para a Redacção” (Cunha, 1914).
No entanto, o seu início em Lisboa não foi muito prometedor. Nas palavras do próprio Eduardo Coelho, “Um órfão que eu acolhera na minha própria casa, de seu nome João Baptista Borges, ofereceu-se para vender o Diário de Notícias nas ruas, apregoando-o pela cidade inteira. Assim o fez, e foi apedrejado. Mas tornou-se o primeiro ardina em Portugal[2]”. Baptista Borges fazia-o descalço, e ainda por cima era apedrejado, porque os quiosques de venda de jornais não toleravam que um novo jornal, quatro vezes mais barato que os outros, lhes estragasse os negócios. Os jornais eram apregoados a plenos pulmões e vendidos pelas ruas a troco de uma comissão de 200 a 400 réis (Rodrigues, 2014). De entre eles destacou-se João Baptista Borges, que chegou a ser redator, editor e folhetinista (Rodrigues, 2014). João Baptista Borges foi vendedor, revisor, redator efetivo e editor responsável do DN (Freire, 1939).